sexta-feira, 17 de junho de 2011

Plano de Comunicação Interna da Associação Mineira de Reabilitação

Este projeto teve como objetivo criar um plano de comunicação interna para a Associação Mineira de Reabilitação capaz de promover melhorias nas relações entre os funcionários, tornando-os informados, influentes e integrados às transformações ocorridas no ambiente de trabalho.
Para a realização do estudo proposto foram pesquisados os conceitos de comunicação organizacional, comunicação interna e comunicação no terceiro setor. Para o desenvolvimento do projeto foram realizadas pesquisas bibliográficas, entrevista com a assessora de comunicação e marketing da AMR, pesquisa com os funcionários da empresa e pesquisa de observação.
Ao realizarmos este projeto nos foi possível observar a importância da melhoria na comunicação interna como fator de incentivo e motivação aos funcionários em um universo que permeia não só na Associação Mineira de Reabilitação, mas também boa parte das organizações não governamentais, empresas e instituições brasileiras. De fato, a maneira como os diversos públicos de uma organização percebem e se sentem em relação à comunicação desempenha um papel fundamental no clima corporativo. Pessoas bem informadas se sentem mais seguras em relação ao meio em que atuam, gerando maior qualidade na prestação de serviços por saberem de tudo que acontece ao seu redor. A partilha de informações é um fator determinante na avaliação do quanto os gestores confiam nos seus funcionários.
Ao analisarmos os atuais processos de comunicação interna adotados pela AMR, é possível observar a profunda complexidade no que tange a disponibilização e troca de informações organizacionais, além da importância de seu estudo com o objetivo de propor alternativas alinhadas à própria dinâmica da empresa.
Considerando as informações obtidas por meios de pesquisas realizadas junto aos funcionários da AMR, nos foi possível concluir que o modelo atual, embora capaz de suprir parte das necessidades básicas de troca de informações, permite uma série de oportunidades para torná-las mais eficiente. Como observado e diagnosticado em pesquisas, na AMR exista certas diversidades de instrumentos de comunicação interna, não existe um plano específico elaborado com esta finalidade, o que pode estar relacionada a uma menor prioridade atribuída a esta área. Porém, há que se considerar que a comunicação interna não se resume à simples implementação de instrumentos de comunicação. É necessário haver, antes de tudo, uma cultura organizacional que a privilegie.
Verificamos que na organização a comunicação se estabelece essencialmente no sentido descendente, focalizando-se numa ampla transmissão de informações relacionadas com os objetivos, os serviços e direcionamentos da instituição.
A ausência de divulgação de determinados tipos de informação e a insuficiente comunicação ascendente provoca, em boa parte dos funcionários, um sentimento de indiferença em relação ao conteúdo da comunicação. O que pode gerar comportamentos defensivos em relação às informações divulgadas e à comunicação estabelecida entre a direção e seus subordinados. Existe ainda uma filosofia de comunicação focada na simples disponibilização da informação, em vez de atuarem no sentido de desenvolver esforços para a sua completa divulgação, não existindo um setor com atuação formalmente organizada na operacionalização da comunicação interna capaz de fazer chegar à informação a todos os seus públicos.
Apesar de existir um bom relacionamento entre os vários departamentos e de terem uma percepção relativamente positiva da comunicação interna, entendemos que é possível melhorá-la, desde que se estabeleçam novas estratégias de comunicação. Julgamos pertinente estabelecer um relacionamento mais próximo entre a direção da AMR e seus funcionários através de uma comunicação mais freqüente em ambos os sentidos. Para isto, a reformulação da comunicação interna da organização proposta pelo projeto considera a elaboração de um plano de comunicação focado especificamente nas necessidades reais e recursos da instituição, otimizando os instrumentos existentes e adotando novas formas de comunicação capazes de manter uma constante e salutar troca de informações.
Constatamos que as comunicações com os trabalhadores podem ser mais eficazes se houverem um maior empenho da direção no sentido de estabelecer uma comunicação efetiva, no sentido descendente e ascendente reformulando os procedimentos que têm vindo a ser adotados, tanto ao nível da forma com que a comunicação se processa quanto dos instrumentos utilizados na veiculação das informações, como do conteúdo da comunicação.
Todas as análises do nosso projeto foram embasadas em pesquisas feitas na instituição e provam que os trabalhos realizados atualmente, podem provocar falha nos processos e no relacionamento interpessoal dos funcionários, abrindo espaço inclusive para distorção nos discursos entre os gestores e seus subordinados, por exemplo. Obviamente essa desinformação causa uma deficiência na qualidade final do produto da empresa, no nosso caso a instabilidade dos processos e a insegurança. Assim traçamos estratégias e planos a serem aplicados em curto e médio prazo. Contudo para que essas estratégias resultem em um resultado sólido e visível, as ressalvas deverão ser rigorosamente implantadas dentro dos modelos, padrões e prazos estabelecidos. Também temos que contar com a colaboração e empenho de todos os envolvidos no processo, inclusive os voluntários.
Finalmente, constatamos uma distância entre a direção da AMR e seus funcionários. Essa distância interfere de forma negativa e faz com que a empresas seja dividida em dois ou mais “mundos”. A comunicação tem que ser única e deve ser transmitida de forma uniforme a todos, independente da posição ou cargo que ocupe dentro da empresa. Os gestores devem manter-se próximos dos seus funcionários e participar das ações a serem implantadas como sugestão deste projeto, a fim de descobrirem desde o início o motivo de um problema e logo ali solucioná-lo. Como sugestão, citamos encontros mensais onde essa barreira poderá ser quebrada e a informação poderá chegar direta, sem distorções e com oportunidades de melhorias com idéias criativas e formas novas de pensar.
Com embasamentos teóricos e de pesquisas geramos sugestões e acreditamos que se forem implantadas dentro dos moldes descritos teremos êxito no estudo e mudanças positivas e benéficas surgiram na empresa, beneficiando todas as áreas e fazendo com que a AMR se comunique!




Postado por: Célia Regina
                     Joana D'arc
                     Marcus Vinícius

terça-feira, 14 de junho de 2011

O discurso publicitário nas propagandas de cervejas nacionais: possíveis modificações

O objetivo deste estudo é analisar se houve transformações no discurso publicitário das propagandas de cervejas nacionais, veiculadas no meio televisivo dos canais abertos, após a última modificação do Anexo “P” do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – CONAR - ocorrida em 10 de abril de 2008. Desse modo, nosso recorte de estudo é o ano da última modificação e um ano após (2008 e 2009). Entendemos que este período de transição poderia mostrar se os agenciadores∕anunciantes estariam começando a modificar o discurso tradicional, no qual estamos acostumados a ver em propagandas deste segmento. Foram escolhidos dois filmes publicitários de cada ano, das duas marcas sendo elas: A Skol e a Bohemia.
Após várias reflexões e discussões que abordaram a linguagem da publicidade, o discurso publicitário atual, o perfil da mulher contemporânea – este tema se fez necessário, para que pudéssemos entender melhor, a mulher-objeto presente nas propagandas de cerveja -, conceitos sobre desejos e necessidades dos seres humanos, as técnicas utilizadas para compor as mensagens, além de apresentarmos uma discussão crítica analítica sobre a televisão e os VT’s. Sendo nosso objeto de estudo o produto cerveja, tivemos que explorar seu percurso histórico. Por fim, conhecemos melhor o que é o CONAR, o que diz o Anexo “P” e se o conselho possui ou não voz ativa (respeitado) pelos agenciadores/anunciantes.
Concluímos que o discurso publicitário, apesar de usualmente entendido como um discurso autoritário, não tem essa característica, uma vez que ele não possui forças suficientes para impor o indivíduo o que ele deve ou não comprar e/ou o que deve ou não aderir. O discurso publicitário apenas influencia o indivíduo em suas tomadas de decisões. Vimos também que a mulher contemporânea estuda mais, tem filhos e se casa cada vez mais tarde, estão sobrecarregadas e infelizes em comparação as mulheres da década de 1970, por exemplo. Em contrapartida elas “colhem” os frutos da Revolução Sexual, iniciada tardiamente no Brasil na década de 60, isto é, as mulheres são conscientes dos seus atos, das suas possibilidades e consequências.
Também constatamos que a busca da identidade pessoal ou reconstrução da identidade faz com que os seres humanos se tornem adeptos ao consumo “incorreto”, já que as pessoas procuram na verdade o valor simbólico que é agregado ao produto anunciado. Este consumo é influenciado pelos desejos e necessidades dos seres humanos. Acreditamos que o desejo é diferente das necessidades, ou seja, o desejo se caracteriza pelo sentimento de possuir, alcançar um objetivo. As necessidades materiais e sociais, no entanto, são as formas de sobrevivência das pessoas. Em suma, entendemos que o sujeito consegue viver sem satisfazer seus desejos, mesmo que frustrado, o contrário, não é possível.
Nosso propósito era descobrir se o discurso publicitário do produto cerveja havia modificado. Constatamos que elementos bastante usados na década de 1990 e começo do ano 2000 reduziram, como, por exemplo, modelos de biquínis e mote (ideia central do filme) que utilizavam “disputa” entre os personagens, no qual o bebedor da marca anunciada sempre levava a melhor. Porém, o item 3 letra “a” do Anexo “P” (é contra o uso da sensualidade) geralmente não é cumprido. Acreditamos que isso se deve a certa “aceitação” por parte das pessoas, uma vez que nossa estrutura foi alicerçada no modelo patriarcal o que de certo modo reprimia a sociedade em debater sobre a mulher-objeto. No entanto, a sociedade e, principalmente, a mulher moderna não tolera mais este tipo de discurso. Nossa afirmação está embasada na proibição da campanha da marca Devassa “bem loura, bem gelada, bem devassa”, as denúncias partiram do próprio CONAR, de várias pessoas, da cervejaria Petrópolis e da Secretaria de Proteção à Mulher da Presidência de República.
Descobrimos que as modificações ocorridas na imagem da mulher moderna, refletem na sociedade, no CONAR e na publicidade. Assim, o discurso publicitário já começa a ser estruturado – em outros segmentos – visando corresponder a essas mudanças. Propagandas do Banco Itaú e da Bombril demonstram nossa argumentação. Acreditamos que paulatinamente e timidamente, a maneira como o discurso publicitário do segmento estudado já está sendo estruturado de maneira diferente da habitual, como, por exemplo, o filme publicitário da marca Kaiser veiculado em 2009, intitulado “Inversão”, no qual as mulheres comandam toda a ação.
Abaixo as propagandas do banco Itaú – veiculada na revista ISTOÉ em março de 2011 - e a propaganda da Bombril – veiculada na revista ISTOÉ GENTE em maio de 2011.

Orientador: Profº André Melo Mendes
Propagandas analisadas:
BOHEMIA                                    SKOL
2008 - Intitulado "Inícios"              2008 - Intitulado "Futebol"
2009 - Intitulado "Parado"            2009 - Intitulado "Garota do tempo Skol"

Produzido por: Camila Alzira